durante a primavera
e por todo o verão
sentei-me sozinho nesta praça
fiquei íntimo das árvores, da grama e dos insetos
os pássaros e cigarras me mantendo desperto
e formigas passeando pelo meu corpo
agora que é outono, visitantes apareceram para se sentar comigo
por algum tempo, ficamos imóveis, sem nada fazer
aqui não temos condições para formalidades
sem instrumentos, móveis e qualquer apetrecho
tudo deve ser feito com o próprio corpo
meu mestre passou-me o manto
meu professor cedeu-me os zafus
tudo que há neste lugar é obra do Dharma
queimamos incenso entre as raízes
e fazemos reverência em qualquer direção
não há dentro ou fora,
então sentamos virados para qualquer lado
apenas sigo as instruções de meu mestre
“sente-se sob uma árvore, deixe ir, deixe vir.
o Dharma já existe plenamente em vocês,
praticando, ele se torna seu”.

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